João Pinto Delgado
João Pinto Delgado (Portimão, 1580 — Amsterdão, 23 de dezembro de 1653) foi um poeta português, considerado um dos maiores expoentes da poesia cripto-judaica do século XVII.
Era o mais velho dos três filhos de Gonçalo Delgado e neto de um poeta menor igualmente chamado João Pinto Delgado. Aos vinte anos deixa oAlgarve e muda-se com a família para Lisboa, com o objectivo de estudar e prosseguir as suas ambições literárias. É na capital portuguesa – entretanto já sob o domínio espanhol da dinastia Filipina – que toma contacto pela primeira vez com as obras de Jorge Manrique, Garcilaso, Herrera, Góngora e Luis de León, que na época circulavam sob a forma de manuscritos. Apesar de existirem alguns poemas seus em português, o grosso da sua obra foi originalmente escrito emlíngua castelhana.
Em 1624, João Pinto Delgado parte para Ruão, em França, para se juntar aos seus país, que entretanto tinham escapado à Inquisição portuguesa. É nesta cidade francesa – onde o seu pai é um dos líderes da comunidade judaica ibérica ali radicada – que publica uma colecção de poemas que viria a cimentar a sua reputação literária: Poema de la Reyna Ester - Lamentaciones del Profeta Ieremias. Historia de Rut, y varias Poesias.
Pouco depois da Inquisição espanhola ter enviado um emissário a Ruão para investigar os cripto-judeus em França, a família de João Pinto Delgado parte para Antuérpia, atual Bélgica, e logo a seguir para Amsterdão.2 Aqui, perante a relativa tolerância religiosa holandesa, Pinto Delgado passa a praticar o judaísmo de forma aberta e livre pela primeira vez, passando a chamar-se Moshe (Moisés) Pinto Delgado. Entre 1636 e 1640 torna-se um dos sete parnasim (governadores) da Yeshiva (seminário religioso) Talmude Torá de Amsterdão, onde na altura estudava o pequeno Baruch Spinoza.
Na sua obra poética, João Pinto Delgado busca os seus temas frequentemente na bíblia hebraica, uma tendência que partilha com os poetas marranos da época. Tem uma atracção particular por histórias que relatam o poder de Deus para resgatar Israel em tempos de sofrimento, tal como o demonstram as narrativas de Ester e do Êxodo, ambos por ele adaptadas poeticamente.
Em Lamentaciones del Profeta Ieremias, João Pinto Delgado discorre sobre as tragédias da história de Israel, apresentando a visão de que o povo é responsável pelo seu sofrimento por ter falhado aderir por completo à Lei de Moisés. Este é um tema recorrente da literatura marrana, derivado em grande medida de sentimento de culpa em relação à sua própria observância religiosa judaica, disfarçada sob a falsa capa do omnipresente catolicismo.
Na poesia de João Pinto Delgado transparece a sua noção de que a Inquisição seria um instrumento de Deus para trazer os marranos de volta ao judaísmo, acordando neles a firme noção das suas origens.
Gregório de Matos
Gregório de Matos Guerra (Salvador, 23 de dezembro de 1636 – Recife, 26 de novembro de 1696), alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil colônia. É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante poetasatírico da literatura em língua portuguesa, no período colonial.
Poeta luso-brasileiro, nasceu em 1633, em Salvador (Brasil), e morreu em 1696 no Recife. Cursou Direito em Coimbra, mas foi no Brasil que escreveu a quase totalidade da sua obra poética. Figura excêntrica e polémica, as suas produções são marcadas pela libertinagem e pelo barroquismo da época. Fez uso da sátira, e mesmo nos poemas religiosos não fugiu à tentação lúdica. A sua obra não foi dada à estampa senão mais tarde, tendo chegado ao século XIX apenas por cópia manuscrita e transmissão oral.
Ippolit Bogdanovich
Ippolit Fyodorovich Bogdanovich (23 de Dezembro de 1743 - 18 de Janeiro de 1803), foi um classicista russo, escritor de poesia leve. É conhecido pelo poema Dushenka, escrito em 1778.
Giuseppe Tomasi di Lampedusa
Giuseppe Tomasi di Lampedusa (Palermo, 23 de dezembro 1896 — Roma,23 de Julho 1957) foi um escritor italiano. Entre as suas obras conta-se oromance Il gattopardo (O Leopardo) sobre a decadência da aristocraciasiciliana durante o Risorgimento.
Giuseppe Tomasi di Lampedusa, duque de Palma e príncipe de Lampedusa, nasceu em Palermo, em dezembro de 1896, e faleceu em Roma, em julho de 1957. Dedicou-se à escrita apenas nos últimos anos da sua vida, no tranquilo isolamento da sua propriedade, sem contacto com o meio literário. O Leopardo, a sua obra-prima, foi o único romance que escreveu. Inicialmente recusado por duas grandes casas editoriais italianas, viria a ser publicado um ano e meio após a morte de Lampedusa, tendo um sucesso imediato junto do público e da crítica, que o considerou uma das maiores obras literárias do século XX.
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