sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Conto de Natal





Joaninha



A Joaninha tinha 6 anos, era uma menina alegre, de olhos azuis da cor do céu, de tranças loiras  e andava no 1º ano.
Onde se encontrava havia alegria, sempre de sorriso nos lábios. Na sua boca havia sempre resposta para tudo.
Certo dia, disse à mãe. - Mãezinha vou escrever um livro.
A mãe olhou para ela sorriu e disse. - Joaninha mas tu nem sabes escrever!
- Não sei escrever, mas sabes tu.
A mãe surpreendida com a resposta respondeu.
- Mas afinal quem vai escrever o livro, eu ou tu?
- Eu e tu. Eu dito e tu escreves.
A mãe baixou os olhos e riu. Pensou para consigo. “Lá está ela novamente com os seus devaneios, ainda agora entrou para a escola e já pensa que é uma escritora.
- Podemos começar mamã.
- Primeiro vais tomar um banho e depois do jantar podemos escrever umas linhas.
- Mas mamã, as ideias estão agora a sair e se não saem perco-as.
Nesse momento chega o pai. Joaninha vai a correr abraçá-lo.
- Papá, papá vou escrever um livro.
O pai pega nela ao colo e fá-la rodopiar no ar. Muito ela gostava que o pai a levantasse no ar, pensava sempre que era uma princesa com asas, e voava, voava………
- Conta-me lá Joaninha essa tua nova faceta.
- Eu conto, mas a mãe tem de escrever.
Pai e mãe olham um para o outro e sorriem.
Joaninha começa então o seu livro:
“Era uma vez uma princesa que tinha asas e voava muito alto e muito longe.

Um dia foi tão longe tão longe que se perdeu do seu castelo. Ao sentir-se perdida Mel parou e sentou-se em cima de um ramo de uma árvore. Pensava no que havia de fazer, a noite já se aproximava e ela tinha pânico do escuro.
Um beija-flor que passava por ali foi-se colocar num ramo ao pé dela e meteu conversa.

- Quem és tu, e que fazes por aqui?
- Eu sou a princesa Melanie, e não sei onde estou. As lágrimas saltaram dos seus olhos e corriam pareciam um rio. Um rio gelado se formou aos pés de Mel.
- Pára de chorar, a continuares assim vais gelar-nos a todos. Diz o beija-flor.
- E agora como volto para casa? Vai ser Natal e no castelo todos vão ficar preocupados.
- Vamos pedir ajuda aos animais da floresta para contactarem as renas do Pai Natal.
Neste instante, o beija-flor começa a entoar uma melodia de inter-ajuda que se propaga por todos os seus amigos animais.
A mensagem começa a passar de animal em animal.
- Amigos, vamos todos ajudar o beija-flor.
Nem mesmo o frio que se fazia sentir, fez com que os animais não fossem ajudar um amigo. Seguiam o som da melodia, e o beija-flor não parava de cantar.
Mel estava a ficar arroxeada de tanto frio que se fazia sentir, ainda mais que as lágrimas que ela tinha derramado, não derretiam.
Os primeiros animais a chegar foram os passarinhos a voar e os macacos que saltavam de ramo em ramo.

Ao vê-la com tanto frio uma mãe chimpanzé pegou nela ao colo e com o seu corpo aqueceu-a. Acariciou, afagou e embalou a menina e Mel não sentiu medo, mas sim um carinho especial pelo enorme animal.
A menina ao sentir-se quente e feliz adormeceu. O gelo de repente começou a derreter e os animais deixaram de sentir tanto frio. Os animais da floresta foram chegando uns atrás dos outros e todos compareceram ao pedido do beija-flor.

Ao longe no céu avistaram um trenó com nove renas atreladas, a comandar vinha um Senhor de barbas grandes e branquinhas. Todos os animais gritaram em simultâneo, e um enorme grito se fez ouvir.
- Paiiiiiiiiiiiiii Natallllllllllllllllllllllllll aquiiiiiiiiiiiii
O trenó do pai natal chegou e vinha carregado de prendas.

O velhinho de barbas acercou-se da mãe chimpanzé, que continuava com a menina ao colo, toda tapada pelo seu pelo. Ao visualizar a criança ainda adormecida, a sua beleza mais parecia uma boneca de porcelana. O animal estende a menina ao Pai Natal.
Melanie acorda e ao se deparar com o Pai Natal, sorri e agarrada ao seu pescoço, grita. – Pai Natal existe mesmo!

Melanie conta a sua história ao Pai Natal e aos restantes animais que tinham chegado enquanto ela estava adormecida.
O velhinho carrega a menina para o trenó e fala para os animais, que vai levar a princesa Melanie ao castelo. A menina ao observar que todos eles a tinham ajudado, transmite.
– Venham todos passar o Natal ao castelo, os pais têm muito comer e dá para todos.
Encaminharam-se todos atrás do trenó para o palácio.
Os Reis muito preocupados, tinham enviado todos os habitantes do castelo à procura da menina à população. Mas nada de a encontrarem.
Estavam todos nas varandas do castelo, quando vêem chegar o trenó do Pai Natal, seguido de um imenso número de animais.
Os Reis vislumbram a sua menina que vinha ao colo do Pai Natal.

O trenó parou e o Pai Natal desceu com a menina ao colo e entrega-a à rainha, que a enlaça num abraço profundo.
- Filha, minha querida filha, beija a menina e sem conseguir conter as lágrimas.
Grita o Rei – MAFALDA não chores senão congelas tudo.

Mas a rainha não conseguiu conter as lágrimas, e estas caiam no solo, e o estranho sucedeu. Em vez de gelo, nascia um lindo jardim, cresciam lindas flores.

Os Reis olharam-se e espantados verificaram que tinham sido aqueles animais que vieram transformar o reino onde viviam.
Era um reino triste e solitário, onde só existiam eles os três e os subordinados, e todos eram pessoas deprimidas.
Foi um Natal esplendoroso de luz, paz, alegria, amizade e amor.

A partir desse dia os animais eram uma visita constante no palácio.
O Rei abriu também as portas do seu reino às pessoas do povo. Por isso no castelo passou a haver constantemente canto, alegria, divertimento e harmonização.
Sempre que Mel e a Rainha choravam, novas flores floresciam.

A Princesa Mel sempre que se aventurava nos seus voos, ia acompanhada pelos seus amigos pássaros, assim não havia como perder-se.
A mãe chimpanzé ficou a viver no castelo, a menina nunca mais se conseguiu afastar dela, havia uma relação de amor muito grande entre as duas.
A paz e a beleza reinavam no castelo.”
De repente um profundo e absoluto silêncio se acerca dos pais e de Joaninha. Estes olham para a menina que sorria caída num puro sono. Os pais olhando um para o outro sorriem, tapam a Joaninha e apagam a luz do quarto à menina.
Que neste Natal no Mundo, reine a amizade, o convívio, a alegria, o carinho, a união, a reflexão, a partilha e o amor. 
Vamos todos dar as mãos e sermos irmãos, neste mundo de glória e redenção e em Jesus a nossa salvação.

MS
Manuela Santos







Sem comentários:

Enviar um comentário