Revolução de 25 de Abril de 1974
Andava eu na 4ª classe quando se dá o 25 de Abril
de 1974. Estávamos na escola e a professora disse às meninas que podiam ir para
casa que não haveria mais aulas porque estava a acontecer uma revolução.
Revolução que se veio a intitular “revolução dos
cravos”, comandada por Oficiais das Forças Armadas (MFA – Movimento das Forças
Armadas), na sua maioria capitães que tinham participado na guerra colonial, os
quais se ficaram a chamar “Capitães de Abril”.
Antes do 25 de Abril, o nosso país vivia mergulhado
na tristeza e no medo, era uma ditadura comandada por um único partido que se
chamava União Nacional, chefiado por Oliveira Salazar até 1968, ano em que
sofreu um acidente, e foi substituído por Marcelo Caetano, até ao 25 de Abril
de 1974.
Neste dia foi derrubado o regime fascista e a
ditadura e implementada a democracia, pois o povo não tinha liberdade de
expressão, vivíamos numa opressão, por isso a frase que mais se ouvia “O Povo,
Unido, Jamais será Vencido”. Passámos a ser um país livre e democrático.
Todo o país saiu à rua para comemorar juntamente
com os soldados que nos livraram das garras do Estado Novo. Foram colocados
cravos vermelhos nos canos das espingardas, simbolizando assim a mudança do
regime.
Este dia foi um marco na nossa história,
início de uma nova era na sociedade portuguesa. Esta revolução trouxe Liberdade
ao povo português. Pôs fim à censura, à PIDE (polícia política) e à guerra
colonial. A nossa sociedade começou a ter contacto e a ser influenciada por
novas realidades culturais, económicas e políticas. Por este motivo, o dia 25
de Abril passou a ser em Portugal, feriado nacional para comemorar o “Dia da
Liberdade”. O povo português passou então a ter liberdade de voto e por isso
poder recensear-se.
A rádio teve um desempenho e um papel muito
importante neste dia histórico, sem a colaboração da rádio portuguesa, era
possível que o regime ainda durasse mais algum tempo, e o país continuasse
submerso na ditadura.
Muito antes do 25 de Abril de 1974, já existia uma
grande cumplicidade entre revoltosos, militares e jornalistas de várias
emissoras que existiam na altura. Estavam a preparar tudo para que a revolução
resultasse. Em alguns postos de rádio foi colocada a música “E Depois
do Adeus” de Paulo de Carvalho, faltava pouco para as 23 horas, do dia
24 de Abril, isto era o sinal para que as tropas pudessem avançar rumo ao
quartel do Carmo em Lisboa.
A Rádio Renascença, era a rádio que tinha as
gravações de alinhamento, que era o sinal para o desencadear as operações, numa
dessas gravações era a música “Grândola, Vila Morena”, de
Zeca Afonso que foi passada passavam 20 minutos da meia-noite.
A partir daqui todo o movimento era irreversível.
Na Rádio Clube Português, foi instalado o posto de
comando do “Movimento das Forças Armadas”, por este motivo ficou conhecida como
a “Emissora da Liberdade”.
Através da rádio as Forças armadas comunicam ao
país mais concretamente à população de Lisboa, o favor de recolherem a suas
casas ou aqueles que lá estejam para não saírem, mas que devem manter a calma,
à classe médica pediram para se manterem de prevenção nos hospitais, mas o
desejo destes Homens era que não houvesse derramamento de sangue, tal como
aconteceu.
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