O Dr. Seuss não é médico. Aliás, nem o Ph.D tirou (apesar de ter o ter recebido mais tarde a título honorífico), tendo preferido dedicar-se ao desenho. Escrever anúncios para marcas como a NBC, Ford, General Eletric, entre outras, foi a sua principal fonte de rendimento durante 30 anos, até que, 12 livros depois (1957), surgiu «The Cat in the Hat».
Ironicamente, no ano em que escreveu o primeiro livro infantil descobriu que a primeira mulher, Helen, não podia ter filhos. Questionado como conseguia escrever tão bem livros para crianças, sem ter a experiência da paternidade, Dr. Seuss respondeu: “You make ’em. I’ll amuse ’em”.Curiosamente, existiram grandes autores da literatura infantil não tiveram filhos como Lewis Caroll ou Beatrix Potter.
Poesia ou prosa? Ganha a poesia. Dos 44 livros escritos e ilustrados por Dr. Seuss, apenas 4 são em prosa. Se contarmos livros ilustrados por outro artista, escritos sob pseudónimos, em coautoria ou publicados postumamente, num total de 66, o número aumenta para…5. Porquê? Responsabilidade da mãe Henrietta que adormecia todos os dias os filhos ao som de músicas rimadas. Pese ser um excelente poeta, o facto de escrever poesia para crianças não lhe trouxe, na altura, o reconhecimento devido. E, a muitos não agradava, de todo, o facto de Dr. Seuss adorar inventar palavras que não constavam dos dicionários.
Dr. Seuss queria, com os livros infantis, não só colocar as crianças a ler, mas também fazê-las pensar e imaginar. Nunca tratá-las com condescendência, mas como iguais. Algumas semanas antes de morrer, perguntaram-lhe que mensagem gostaria de deixar às crianças. Mensagem ou slogan? Um slogan: “We can … and we’ve got to… do better than this”.
Poucos são os autores de literatura infantil que tiveram direito a uma estátua pública. Dr. Seuss teve essa honra, juntando-se a nomes como Hans Christian Anderssen, Astrid Lindgren ou Mark Twain. Da escultura fazem parte personagens que marcaram a sua carreira: Lorax, Grinch e o seu cão Max, Yertle the Turtle, Horton the Elephant e Thidwick the Big-Hearted Moose.
Este nunca antes visto livro de Dr. Seuss, Que Amigo Levo Comigo (Ed. Booksmile l 64 pp | 12,49€) que acredita-se tenha sido escrito entre 1958 e 1962, pega num exemplo típico na vida de uma criança – ir a uma loja escolher um animal de estimação, e usa-o para partilhar uma lição de vida: que nem sempre é fácil fazer opções ou tomar decisões, mas teremos sempre de o fazer ao longo da nossa vida.
Queremos um amigo.
Queremos um amigo.
Que tipo de amigo
Vou levar comigo?
O cachorro?
O gatinho?
A gata?
Ou o cão?
Oh, pá!
Isto não vai
ser fácil, não.
Queremos um amigo.
Que tipo de amigo
Vou levar comigo?
O cachorro?
O gatinho?
A gata?
Ou o cão?
Oh, pá!
Isto não vai
ser fácil, não.
A Booksmile disponibiliza os primeiros capítulos para leitura imediata, aqui. A capa segue em anexo.
Dr. Seuss (1904-1991) é um dos mais queridos autores de livros infantis de todos os tempos, tendo sido traduzido para mais de 30 línguas e publicado mais de 60 títulos. Que Amigo Levo Comigo? é a última obra do autor, descoberta recentemente (acredita-se que tenha sido escrita entre 1958 e 1962). É com este livro que a Booksmile inicia a publicação das obras de Dr. Seuss, estando três obras previstas para lançamento em 2016: The Cat in The Hat, Green Eggs and Ham e How The Grinch Stole Christmas. Entre muitos prémios que lhe foram atribuídos, destaca-se o Pulitzer. E muitas das suas histórias deram origem a filmes premiados: três Óscares, três Emmy e um prémio Peabody
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