Nasceu em Moçambique. Desde cedo descobriu que adora contar histórias, criar situações, personagens e locais que nos consigam despertar diferentes sentimentos transportando-nos através do tempo a sítios fantásticos onde só mesmo a imaginação consegue chegar. Sempre encorajada pela sua avó materna a nunca desistir dos seus sonhos, ganhou a coragem que lhe faltava para publicar o primeiro dos seus contos, embarcou assim em mais uma aventura mas desta feita no vasto mundo da Literatura Fantástica.
Estivemos à conversa com Madalena Condado autora de "Yggdrasil, Profecia do Sangue".
Agradeço desde já a sua disponibilidade e simpatia, foi um prazer imenso.
Muito obrigada Madalena pelas simpáticas e gentis palavras e pelo tempo que nos dispensou. Desejo-lhe os maiores sucessos pessoais, profissionais e literários.
1) Fale-nos um pouco sobre si. Quem é
a Madalena?
Sou
curiosa por natureza. Adoro ler, não vivo sem animais os meus fieis
companheiros de pelo, se pudesse viajava mais, sonho acordada, adoro o cheiro
da terra molhada, de estar com os meus amigos, amo gelado de café, sigo a
religião Wicca, não suporto mentiras, mas acima de tudo vivo para escrever.
Aquela
sensação de poder contar aos outros o que se passa dentro da minha cabeça, os
locais fantásticos onde a minha imaginação me leva. E agora mais do que nunca
permitir que os meus leitores consigam ser transportados para os mesmos locais
onde os meus pensamentos se encontram com o fantástico.
2) Como começou a sua
paixão pelos livros e o gosto pela escrita?
Desde miúda, sempre adorei sentir um livro, cheirá-lo, deixar-me
transportar. Cresci a ler um pouco de tudo. Mas ao longo dos anos apaixonei-me
pela mitologia, principalmente a nórdica e celta. Apesar disso continuo a
sentir uma forte atração por literatura de horror e policiais. Julgo que as
lendas de vampiros e lobisomens que nos são contadas com o intuito de nos
assustar, com o passar do tempo tornaram-se para mim numa extensão natural do
que é possível ser feito em literatura do fantástico. E acredito piamente que
todas as estórias têm o seu “quê” de verdade e é por acreditar nelas que as
irei continuar a escrever.
3) Antes de publicar Yggdrasil, bateu
a várias portas de Editoras? Como se sentiu ao ser agenciado por uma Editora como
Chiado Editora?
Não. Tive
a sorte de enviar somente para a Chiado e a publicação ser aceite de imediato. Acreditaram
em mim e naquilo de que sou capaz, foi o suficiente para me conquistarem. Não
tentei enviar para mais nenhuma editora. Pensei que se tinha que o fazer mais
valia começar por uma editora a sério, que me levasse a sério.
4) Yggdrasil, Profecia do Sangue é o seu primeiro livro? Como e onde surgiu a história e porquê o título?
Já
tinha escrito outros textos e até alguma poesia que foi publicada por outra
editora. Também este ano. Mas Yggdrasil é sem qualquer sombra de dúvida o meu
primeiro filho de papel.
A
estória surgiu numa tarde em que via umas fotografias da minha última viagem a
Dublin e a Glendalough, lembro-me que estava a ouvir rádio e calhou ouvir as
músicas “Demons” dos Imagine Dragons e do irlandês Brian McFadden, algo fez um
clique naquele momento, sentei-me ao computador e a estória começou a ganhar
vida por si mesma.
O nome
Yggdrasil significa “Árvore da Vida” na mitologia nórdica. Pareceu-me
apropriado. Tal como todos os nomes das personagens estão de algum modo
relacionados com lendas e tradições mitológicas nórdicas e celtas.
5) De onde surgiram os seus
personagens, imaginação ou realidade? Tem algum personagem
favorito?
Todas
as personagens têm um pouco de mim e das pessoas com quem já me cruzei. Posso
contudo afirmar que a avó da Maria é uma sentida homenagem à minha própria avó
materna que também se chamava Madalena e a quem tratávamos carinhosamente por
vovó Lena. Quanto ao meu personagem favorito, não tenho nenhum gosto de todos
até mesmo da Hel. Mas consigo rever-me no Fionn e às vezes é assustador ver
como nas situações, nas respostas mais loucas dele, essa sou eu.
6) Yggdrasil, Profecia do
Sangue, vai ter continuação? Se sim, para quando a publicação do segundo
volume?
Esta
saga é composta por cinco livros, por razões que serão óbvias a quem leia
Yggdrasil. O segundo já está acabado e de momento está com um revisor. Quero
ver se ainda o consigo lançar este ano ou na pior das hipóteses no início do
próximo ano. Os outros também já estão em andamento. Felizmente ideias não me
faltam. Não quero deixar quem já leu Yggdrasil muito tempo à espera para saber
o que vai acontecer a seguir. Na realidade a família MacCumhaill ainda tem
muito para dizer e fazer.
Aproveito
para convidar os interessados a seguirem-me nos próximos tempos pois irei
colocar uma entrevista, três dias por semana, que realizei com um dos Irmãos em
Glendalough. Julgo que ajudará a esclarecer algumas questões.
7) Enquanto escreveu o livro partilhou a história com alguém para se aconselhar? Qual foi a sensação ao terminar de o escrever?
Conforme
ia escrevendo, enviava por email para a minha amiga Elisabete que me ia dando a
sua opinião. Posteriormente, também pedi à filha dela que o
lesse até porque na altura tinha a mesma idade da Maria. Mais tarde pedi uma
terceira opinião à minha tia, queria ter o seu testemunho sobre Yggdrasil.
E como três é o
número certo!
A minha tia foi
contudo a mais crítica. Achou que o livro tinha algumas partes de sexo que
deveriam ser aligeiradas, por respeito para com ela assim o fiz, apaguei
algumas das cenas mais fortes. Mas ficando sempre a promessa de as deixar para
um dos próximos livros, quando assim se justificar.
Ainda não acabei. A
aventura desta família só agora começou. Julgo que podem considerar este
primeiro livro como um prelúdio do que ainda está realmente para chegar
8) Qual o seu autor e livro favorito? Segue o género
literário do seu autor preferido, ou adopta outro?
O meu autor favorito
é sem qualquer sombra de dúvidas o alemão Heinz G. Konsalik, que infelizmente
já morreu há alguns anos. E o seu livro “O Anjo dos Esquecidos” apesar de os
ter todos e já todos lidos e relidos, contínuo a sentir falta de ler algo inédito
escrito por ele. A sua morte deixou-me uma sensação de vazio.
Era essa mesma
sensação que gostaria de deixar aos meus leitores quando acabam de ler um dos
meus livros. Um vazio por ter acabado e a esperança de outro para breve.
Apesar de amar
Konsalik do fundo do meu coração. Não sigo em nada o género de escrita dele. É
verdade que já escrevi alguns romances muito afastados do género fantástico,
mas que para já irão continuar guardados dentro da gaveta.
Antes disso ainda
gostaria de tentar o género policial. Logo se vê.
9) Qual a sensação, ao deslocar-se a uma superfície comercial, e ver os seus livros à venda? Se já se deparou com alguém a ler um livro seu, como se sentiu?
Alimenta-me
o ego.
Fico
com aquela mesma sensação de quando estou expectante pela chegada de um livro
que desejo fortemente ler.
Ainda
não tive a felicidade de encontrar um leitor com Yggdrasil nas mãos mas espero
pacientemente que esse dia chegue e que nesse momento eu possa mostrar todo o
meu apreço.
10) Como vê o momento actual da Literatura em Portugal? E a
divulgação dos bloggers literários?
Miserável!
Sinto que cada vez
se lê menos em Portugal, gosto mesmo assim de pensar que se deve ao facto dos
livros estarem cada vez mais caros e não à falta de qualidade.
Sendo nova neste
mundo superpovoado de escritores, sendo mulher e escrevendo ficção, sinto que
ainda vai ser um longo processo até ser levada a sério. Sou temerária por opção
e estou motivada a ajudar a mudar mentalidades.
Assim que publicamos
o nosso primeiro livro é quando somos obrigados a começar a trabalhar
arduamente na sua promoção, e é aqui que os bloggers literários nos dão aquele
empurrãozinho tão precioso, ajudando a levar o que escrevemos mais longe e
desta forma evitando que o nosso nome caia num precoce esquecimento.
11) Quer deixar alguma mensagem especial aos seguidores do
blog Marcas de Leitura?
É devido a blogs como o Marcas de Leitura que os escritores conseguem alcançar o leitor. E para quem está a começar, como é o meu caso, fico com a sensação de que consigo através desta fantástica colaboração fazer com que o leitor se sinta mais próximo dos meus livros, de mim.
É devido a blogs como o Marcas de Leitura que os escritores conseguem alcançar o leitor. E para quem está a começar, como é o meu caso, fico com a sensação de que consigo através desta fantástica colaboração fazer com que o leitor se sinta mais próximo dos meus livros, de mim.
O
Marcas de Leitura é certamente um bom exemplo dessa colaboração, ao promover
novos escritores portugueses ajuda a que o interesse pelas estórias sejam elas
fantásticas ou não possam ser divulgadas a um maior número de pessoas.
Por
isso tudo e ainda pela oportunidade que me deu ao fazer-me estas perguntas onde
me deixa expor um pouco mais quem sou e o que faço, o meu sentido agradecimento
ao blog e a todos aqueles que por aqui passam.
Que
esta parceria possa durar muitos e prósperos anos.
Obrigada.
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