Sinopse
A história de um homem que gostava de sombras, modo de dizer.
História contada de duas maneiras em simultâneo. As imagens dizem das formas; a escrita fala do tempo. Mas nem sempre, que a situação muda no caminhar do percurso.
A escrita não é legenda e a imagem não é ilustração.
Uma e outra nem sempre são condizentes, como se páginas diferentes de livros diversos se tratasse, mas que contam a mesma história. Por vezes convergem, por vezes caminham em paralelo, por vezes nem uma coisa nem outra.
O dizer verbal e o dizer icónico são autónomos na sua especificidade própria, na afirmação, no sentido que explicitam, no grau de ambiguidade que pressupõem.
A história do homem que gostava de sombras, fala do modo como se escamoteia o real para se atingir a catarsia do ato criativo. Mundo de emoções, de recordações esquecidas, de vontades reprimidas, de anseios ou terror do indeterminado, mundo onde o pensamento lógico não encontra lugar.
Porfírio Alves Pires nasceu em Montalegre.
Fez parte da vaga de emigração clandestina nos anos sessenta.
Trabalhou e estudou e trabalhou em Paris, tendo também ensinado “desenho de observação”.
Depois, em Portugal, coordenou uma equipa de projeto num “bairro da lata”. Nos anos setenta, disso falou nas Faculdades de Arquitetura de Genebra e Turim e no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Sobre isso escreveu e publicou.
Nos anos oitenta, regressou à escrita, agora sobre artes visuais, colaborando em publicações periódicas, entrevistando pintores e escrevendo textos de catálogos.
Nos anos noventa voltou ao ensino, nas áreas de desenho e projeto, monitorizando agora aulas de pintura numa Universidade Sénior.
E sempre o desenho e a pintura. Expôs pela primeira vez, coletivamente, em 1966 e regularmente a partir dos anos oitenta.
E sempre a escrita. Publicou, pela primeira vez, num jornal regional, no final dos anos cinquenta e agora vai continuando.
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