sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Como os Pássaros que Migram de José Manuel Pyrrait (Setembro de 2015)

Como os Pássaros que Migram

Sinopse

Debaixo dos pés descalços a areia chiava a cada passo que dava. Esse ruído marcava a cadência do andar, pois absorto nos meus pensamentos já deixara de ouvir o mar e os gritos dispersos das gaivotas à beira-mar.
Pensava no que a minha mãe me revelara, no que ela achava eu dever fazer e me pedia mesmo que fizesse. Mas não ia atender o seu pedido, não ia deixar que uma coincidência infeliz ou triste ou simplesmente acaso, nem sabia como classificá-la, se intrometesse entre mim e a mulher que amava.
No fim de contas, tal como ela própria tinha afirmado: - o teu caso com essa rapariga, meu querido Tomás, é mais um entre os vários casos bizarros, esquisitos, bem diferentes do habitual, acontecidos com os descendentes do teu trisavô canadiano.
Na história recente da família, a inesperada revelação, envolvendo-nos aos dois, nem destoava muito e talvez não fosse mais do que a continuação da cadeia de curiosas e estranhas histórias de amor, vivendo de coincidências improváveis e onde esse sentimento aparecera de maneiras pouco comuns, em circunstâncias invulgares e fruto de acasos bem singulares. E sempre desencadeando sentimentos profundos e duradouros, verdadeiras paixões que fugiam à regra geral, não pela forma intensa como se manifestavam, mas porque não eram fugazes, porque permaneciam pelo resto das suas vidas.

José Manuel Mascarenhas do Amaral Pyrrait (28/12/38)
Formou-se em Engenharia Mecânica no IST, em 1963.
Trabalhou na área de projectos industriais em Portugal, e no Brasil durante seis anos. Nesta actividade visitou grande parte dos países da Europa, Japão e a Formosa.
A leitura e a escrita foram companheiras de vida, embora esta última só como expressão de uma vontade de guardar memórias.
Após se ter reformado, em 2005, a escrita passou então a ser uma constante do seu dia-a-dia, sobretudo contos e novela, mas sem publicar.
Um dos seus contos enviado para a 13ª Edição do Concurso Nacional de Textos de Amor Manuel António Pina – Museu Nacional da Imprensa do Porto (Fevereiro de 2013), recebeu uma das treze Menções Honrosas.
O presente romance, “Como os Pássaros que Migram”, corresponde à sua primeira obra publicada.

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