De Marias e Madalenas
- Autor: Romeu Sabará
- Edição: Chiado Books
- Data de publicação: Outubro de 2019
- Número de páginas: 110
- ISBN: 978-989-52-6519-0
- Colecção: Prazeres Poéticos
- Idioma: Português/BR
Sinopse
Quando se abre a primeira página, já se está dentro do poema, o que dilui a distância entre o livro e seu leitor. Pode-se dizer que o poema não está no livro. O livro é o poema. Vão ser a constante até o fim essas demolições de distâncias e de limites. Não haverá surpresas quando se deparar com a própria saga dentro da saga, em “Oração amarga”, por exemplo, e a identificação entre a oferenda e o ofertante, entre o cordeiro e o sacerdote que o imola.
O poema é uma peça, e é também um rito de sacrifício. Como peça, no momento em que o espectador entra no teatro (abre o livro), ele é parte do espetáculo. A narrativa, o sacrifício e a vida formam um todo, com a mesma inevitabilidade da tragédia.
O “Rito do ofertório” confunde o dentro com o introdutório. “As oferendas” trazem parte das vísceras dos poemas e fazem delas a dedicatória. O “Rito da palavra” une início e fim, gerando um efeito de perenidade, circularidade, fazendo com que a poesia se torne Alfa e Ômega, consagrando a arte como a estância mais alta da oração.
“Para ler poemas” explicita todos os leques de sentido: oração, cântico, teatro, dança à maneira de preparação para o sacrifício.
Se estivesse menos comprometido com o autor (não me refiro ao poeta), o poema teria ascendido ainda mais com sua universalidade, anseio de toda poesia. É que, ao lançar suas raízes no ser do poeta, toca o indivíduo, onde o poema repete nessa escala o que já se realizou no âmbito da História: a religião da arte, nascendo das ruínas do cristianismo, no dizer de Octavio Paz.
Por essa via, o poeta consegue sacralizar a vida, a partir do que ela tem mais vida. Ele assume a sua história, como herói trágico, e se põe como oferenda ante a humanidade, ainda como trágico, e faz do texto oração que acompanha o ritual.
A ousadia do poeta fá-lo contrapor- -se ao mundo predominante apolínio, da razão, da masculinidade, do estabelecido, do plástico, apresentando o dionisíaco: caótico, feminino, desorganizado, livre. E o faz, tanto calcado na clareza “entusiástica” do poeta trágico, quanto na sutileza das palavras, principalmente na ambiguidade e na ironia.
Em toda trajetória o poema caminha para fusão dos dois pólos: o masculino e o feminino, a partir de “A bela e a fera”, chegando à “A vingança de Eva“, em que “Deus não será mais Deus, será Deusa.”
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Romeu Sabará, Em suas – Memórias de um antropólogo brasileiro em plena ditadura – o autor, Romeu Sabará, como antropólogo e poeta, pesquisador e professor univer-sitário, coloca-se como um estudo de caso e referencial para se entender a fragilidade da democracia no Brasil. Democracia essa que, segundo o autor, existe e coexiste com um inconsciente coletivo de cunho golpista pronto para entrar em cena, quando os movimentos sociais avançam além dos limites que lhes são impostos. Sem que sua obra deixe de ser uma contribuição original para a Antropologia Política, o autor trata do assunto de forma palatável para o cidadão comum, articulando, no texto, a prosa e a poesia, realidade social e metáfora da realidade.
A exposição dessas suas memórias desdobra-se em três blocos. Na primeira parte (1965 a 1969) - Missão e vocação – dissera sobre a sua opção pela antropologia e sobre sua formação inicial como antropólogo, com todas as suas limitações. Na segunda parte (1970 a 1984) – Antropologia e repressão política - procura estabelecer a relação estreita de causa e efeito entre a prisão em 1973 e a sua separação conjugal e divórcio litigioso que transcorreu entre 1972 e 1977. Na terceira parte (1985 a 1996) – Antropologia e repressão acadêmica – disserta sobre o assédio acadêmico de que foi vítima como pesquisador e professor de Antropologia Social, no Departamento de Sociologia e Antropologia da FAFICH/UFMG. Nessas três partes, vêm expostos os fatos sistematizados que fundamentaram suas reflexões antropológicas.
Por fim, no tópico conclusivo – Em plena ditadura - conclui suas reflexões mostrando a ligação existente entre o golpe militar de 1964, que instalou a ditadura militar no Brasil e o golpe congressual, jurídico e midiático, de 2016, que instalou o que o autor entende como sendo a nova ditadura – a ditadura civil.
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