sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Amor Entre Mulheres II de Katherine Mateus (a minha opinião)


Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 194
ISBN: 9789898545961
Dimensões: 138 x 234 x 6 mm
Encadernação: Capa mole
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: 
Livros em Português
Literatura > Ficção

Sinopse
Maria e Beatriz, duas jovens apanhadas desprevenidas pela onda arrasadora da paixão, enclausuram as suas incertezas, colocando em risco a integridade de uma exequível relação. O amor triunfa, não se curvando às vicissitudes de um destino cruel, principiando deste modo o tecer de um novo enredo.

Anos mais tarde, o amor ardente e sexualidade que um dia vociferaram, apesar das repressões, das tentativas falhadas em ignorar a atração inevitável, deram lugar ao companheirismo. A paixão não resistira à monotonia do dia-a-dia, ao cansaço acumulado de uma jornada de trabalho, aliado às preocupações inerentes à educação de uma criança, perdida na sua criancice, e uma ética distorcida da realidade.

Maria, conjeturava o peso da idade e a relação instável com Beatriz, incitando-a a vaguear por uma série de duras e melancólicas reflexões, que inevitavelmente se refletiam num comportamento inconstante e cruel. Beatriz, por seu lado, sentia-se sufocar pela angústia, incapaz de gerir a raiva concebida pelas atitudes de Maria, que revelavam inevitavelmente um orgulho enfático, impassível e atroz. Consentiu o pecado da gula, direcionando a sua raiva e frustração na comida, acalentando deste modo a sua fome de afeto, o alimento da alma.

Pertinentes questões ameaçam intensamente esta relação. Conseguirá sobreviver ao desgaste do passar dos anos, à temível frustração gerada por uma vida imperfeita?

Este segundo livro aborda uma nova conceção do Amor entre Mulheres, não perdendo porém o seu poder cativante. Através da complexidade de enredos, de temas interessantes e de grande impacto, absorve-se o leitor, produzindo-lhe subtilmente um desejo indiscreto de desvendar o desfecho da obra.

A minha opinião

Este livro é a continuação do “Amor entre Mulheres”.

Maria, após ter a notícia da morte do pai regressa à aldeia. Encontra Beatriz já com uma barriga um pouco saliente. Estava grávida e encontrava-se no momento separada do marido.

Beatriz declara o seu amor a Maria e vice-versa. Maria e Beatriz vão viver juntas e criar Carlinha. Nome dado à bebé em homenagem a Carla a pessoa com quem Maria tinha tido um relacionamento. Uma pessoa fantástica, admirável e que nutria por Maria um verdadeiro amor.   

Mas como em muitas relações ao longo dos anos há desgaste, esta parecia estar condenada ao fracasso. A relação tinha-se deteriorado, entre Maria e Beatriz já não existia aquele clima de felicidade. A relação delas estava a um passo da ruptura. A monotonia entre o casal era visível aos olhos dos outros.

Beatriz tinha ciúmes de Carla e da amizade que existia entre esta e Maria, derivado a ter conhecimento de toda a situação passada entre as duas.

Por sua vez Maria tinha ciúmes de Jorge um enfermeiro colega de Beatriz no hospital, que nutria por esta uma paixão platónica. Embora Beatriz soubesse de antemão dessa paixão, e como o ser humano sofre por amor, é gratificante sabermos que temos alguém que nos ama, e assim nos alimenta a alma.

Estava gerado aqui um clima de tensão, ciúmes, insegurança, dor, tristeza, inveja, mentiras, segredos, traição, orgulho, sentimentos, coragem, perdão e por fim arrependimento.

O livro também nos foca certos aspectos da saúde e dos distúrbios alimentares, bulimia e anorexia.
As doenças relacionadas com as doenças neurológicas, por vezes trazem consequências físicas e psíquicas. É urgente detectar os sintomas, para uma abordagem e tratamento especial, para as marcas geradas não se tornarem num problema duradouro.

Conseguiriam estas duas almas gémeas voltar a conhecer o verdadeiro sentido da palavra Felicidade? Voltariam elas a percorrer este caminho juntas?

Discordar por vezes de certos assuntos, não quer dizer discutir. Todos os seres humanos cometem erros, é preciso é saber pedir desculpas na hora certa.

Para haver reconciliação numa relação, tem de um dar o braço a torcer, um tem de perder o orgulho. É normal existirem conflitos conjugais, a vida tem muitas adversidades, temos é de saber lidar com elas e não fugir na primeira oportunidade.

NUNCA tirar conclusões precipitadas. O orgulho é inimigo do amor.
O melhor remédio para as contrariedades da vida, é entregarmo-nos ao amor. Para sermos felizes, primeiro temos de nos amar a nós, para assim podermos dar amor aos outros.

A autora foca pontos e situações Muito importantes. Não sendo um livro de inter-ajuda, Mostra-nos os nossos pontos fortes e fracos.

Sem dúvida uma leitura interessante, por todos os aspectos focados, Por isso e muito mais, recomendo a sua leitura.

Como já referi na opinião do livro I, nota-se que a autora escreve com alma, alento, emoção e coração. Transmite o que lhe vai na alma em cada frase que escreve, parece que compõe e aproxima a visão que nos transmite em cada palavra. Um livro em que nos apresenta uma nova visão do Amor.

Gostei bastante 4****


Katherine Mateus, nasceu na Venezuela, no seio de uma família de ascendência portuguesa, e aí viveu até completar um ano de idade, altura em que adoptou Portugal como residência permanente. A sua actividade literária pauta-se pelas ideias de liberdade e respeito pela diferença, dando atenção permanente aos problemas reais e à tragicidade da vida humana, sem bucolismos. Estudiosa da alma humana, das relações, tem especial predilecção por temas controversos, espelho da sua personalidade literária.
Escritora por vocação, amante das artes, desvenda os mistérios da alma humana sem receios nem preconceitos.





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