Cristina Das Neves Aleixo, exerceu as profissões
de escrituraria, recepcionista, tradutora, secretária, assistente de direcção;
chefiou departamentos empresariais: importação, recursos humanos e financeiro; brincou com a
locução de rádio e aos modelos fotográficos e publicitários; foi empresária.
Durante quase 30 anos fez do mundo empresarial privado a sua casa, enquanto,
secretamente e desde a adolescência, se realizava verdadeiramente com a
escrita. O seu 1º livro publicado - "Joaninha e o jardim encantado"
-, estava escrito há vários anos e guardado em segredo. Com a idade veio a
maturidade e a tomada de consciência de que a sua felicidade e sentido de
realização, estavam na escrita e em partilhá-la com os outros; só assim era realmente
feliz e se sentia completa. Diz que para si "escrever é como respirar: é
uma necessidade".
Diz que vive para e de
palavras, por isso "escreve umas coisas desde que é gente de jeito".
Diz que "talvez sejam os genes": é prima de António Aleixo.
Estivemos à conversa com Cristina Das Neves Aleixo de uma simpatia extrema.
Obrigada pelas simpáticas e gentis palavras com que nos brindou e pelo tempo que nos dispensou.
1) Cristina fale-nos um
pouco sobre si?
Tive uma vida muito preenchida e intensa em termos
laborais. Construí, a pulso, uma carreira profissional da qual me orgulho
bastante - comecei de baixo e atingi o topo -, mas apesar de me ter saído muito
bem, não me preenchia totalmente, faltava qualquer coisa, não era nada daquilo
que eu me via a fazer para o resto dos meus dias.
2) Quando começou sua
paixão pelos livros e o gosto pela escrita?
Começou muito cedo. Acho que a paixão pelas letras
já nasceu comigo. Lembro-me de ser muito pequena, ainda mal sabia ler, e já me
deixava encantar, sozinha, pelos livros e as suas ilustrações. Refugiava-me num
cantinho qualquer para desfrutar do que via e sentia-me em paz, perdida nas
aventuras que se desenrolavam na minha mente. A escrita também teve o seu
inicio cedo, no principio da adolescência, e nunca mais parei.
3) “Joaninha e o Jardim
Encantado” é um livro para crianças, vê-se só a escrever género
infantil/juvenil, ou também quer abarcar outros estilos?
Quero abarcar outros estilos, aliás, estou já a
fazê-lo. Sempre escrevi em vários estilos e para vários públicos, apesar de
escrever e guardar - até agora. O estilo infantil/juvenil, nomeadamente a
Joaninha em várias aventuras, até poderá ter continuação, tudo depende do
público.
4) Quando terminou de
escrever o livro, qual o sentimento?
Tive a sensação de missão cumprida. Esta era uma
estória que eu tinha mesmo que escrever - por várias razões.
5) Qual a sensação ao
editar o livro pela Capital Books?
Foi a realização do sonho de uma vida. Além de dar
a conhecer ao mundo o que escrevia, ter publicado este livro como inicio de
carreira foi muito importante para mim. Ter editado através da Capital Books
foi outro sonho concretizado, pois sempre me imaginei a editar livros com uma
editora que entendesse tão bem os seus autores como eles o fazem, e em que
fossemos todos uma outra família, o que de facto acontece. Os meus
agradecimentos para eles, que acreditaram em mim. Estou, portanto, extremamente
feliz.
6) Qual o seu autor e
livro favorito, segue o seu género literário?
Tenho vários autores favoritos, e livros também -
os meus gostos literários são muito eclécticos: dos portugueses destaco
Fernando Pessoa, Gil Vicente, Miguel Sousa Tavares, Mário Zambujal, Florbela
Espanca, José Saramago, Pedro Chagas Freitas, etc - podíamos continuar. Dos
estrangeiros, a lista é quase interminável mas destaco: Agatha Christie, Dan
Brown, Tolstoi, Sir Arthur Conan Doyle, Juan Eslava Galan, Óscar Wilde, William
Faulkner, Enid Blyton, Mark Twain, Jane Austen, Hans Christian Andersen, etc.
7) Já se deparou com
algumas crianças a ler o seu livro? Se sim, qual a sensação?
Sim, várias, e a sensação é a de uma alegria
imensa; quando isso acontece sinto que a minha missão está mesmo cumprida, pois
gostaria que este livro fosse lido por todas as crianças, por achar que os
valores que transmite são extremamente importantes para qualquer pequenote
interiorizar. Mas a sensação é a mesma quando me deparo com adultos a lê-lo,
pois é uma estória escrita para alcançar os mais pequenos, mas que muitos
adultos deveriam ler.
8) Já recebeu alguma
opinião acerca do livro?
Várias, felizmente, e devo dizer que têm sido todas
similares: que adoraram a estória e o que transmite; que não é um conto oco,
tem sentido e propósito.
9) Como vê o momento
actual da Literatura em Portugal?
Vejo muito bem. Apesar de toda esta crise - de que
agora parece que está na moda falar -, creio que os portugueses estão a ler
mais e mais cedo. Constato que é cada vez mais frequente oferecer livros como
prenda de aniversário ou Natal, quer a crianças quer a adultos, o que me deixa
muito feliz. Através da leitura aprende-se muito, até sobre o que se esconde
nos recônditos dos nossos seres, mantém a nossa capacidade de sonhar viva,
estimula a nossa acção, actua como antidepressivo e ansiolítico... são tantas
as vantagens.
10) Como vê a divulgação
dos bloggers literários?
Muito bem. Creio que os bloggers literários fazem
um trabalho precioso também na divulgação dos autores e das suas obras; são, na
minha opinião, fundamentais. Bem hajam.
11) Quer deixar alguma
mensagem especial aos seguidores do blog Marcas de Leitura?
Que continuem a ler - é das poucas coisas que não
tem desvantagens. E que incluam nas suas leituras a Joaninha e o seu jardim;
sei que não se vão arrepender.
Para já fico-me por aqui e agradeço desde já a sua disponibilidade e simpatia, foi um prazer.
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