Joel Neto
Autor de Arquipélago, Os Sítios Sem Resposta e O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas, entre outros, Joel Neto publica diariamente no jornal Diário de Notícias a coluna A Vida No Campo, série de relatos sobre o seu próprio regresso à Terra Chã, freguesia rural da ilha Terceira (Açores).
O seu primeiro romance, O Terceiro Servo, integra o Plano Regional de Leitura dos Açores e fez parte da área de Estudos Açorianos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no Brasil. O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas, que publicou a seguir, foi adoptado como leitura obrigatória pela Universidade dos Açores. José Mourinho, o Vencedor, biografia do treinador de futebol homónimo, foi traduzido em Inglaterra e na Polónia.
Para além dos livros e dos contos dispersos, que o representam em antologias em Portugal, Espanha, Itália ou Brasil, mantém, enquanto cronista, colaboração activa com diferentes jornais portugueses, açorianos e da diáspora portuguesa nos Estados Unidos e no Canadá.
Estudou Relações Internacionais e, como jornalista, trabalhou na imprensa, na televisão e na rádio, nas qualidades de repórter, editor, chefe de redacção, comentador, autor de conteúdos e apresentador. Grande Reportagem, Volta ao Mundo, NS' , Focus, Jornal de Notícias e O Jogo são apenas algumas das publicações a que ligou o seu nome.
Na estação pública açoriana de televisão, RTP/Açores, os seus programas Choque de Gerações (2004-2005) e História da Minha Vida (2005-2007) atingiram alguma notoriedade. Foi colaborador da TSF-Rádio Jornal, integrou o painel de comentadores de golfe da estação SportTV e ganhou os prémios Gazeta de Reportagem, José Roquette e Jornal da Praia.
Vive entre a Terra Chã, onde cresceu, e a cidade de Lisboa.
Estivemos à conversa com Joel Neto de uma simpatia extrema.
Obrigada Joel foi um prazer J
1) Fale-nos um pouco sobre si?
Sou açoriano. E escritor,
e jornalista, e uma série de outras coisas, mas sobretudo açoriano.
"Arquipélago" é a minha declaração de amor aos Açores.
2) Quando começou sua paixão pelos livros e o gosto pela
escrita?
Em criança. Não nasci numa
casa de livros, mas creio que sempre quis escrevê-los. E lê-los.
3) Neste momento faz da escrita profissão?
Sim. São as colaborações
com os jornais que pagam as despesas cá em casa, mas hoje em dia quase tudo se
resume a crónicas e artigos de opinião. São extensões do trabalho de escritor.
4) Os seus géneros literários de escrita são diversificados,
qual o que lhe dá mais prazer escrever?
Prazer em escrever, nunca
tenho. Escrever é uma dor. Aquilo de que nós gostamos, como dizia Saramago, é
de ter escrito. Gosto sobretudo do romance e da crónica.
5) Arquipélago é o seu primeiro romance editado pela
Marcador, como se sentiu ao ser agenciado por esta Editora?
Na verdade, eu sou
agenciado pela Booktailors. A Marcador é a editora. Sinto-me de modo estupendo.
É como se os planetas se tivessem alinhado. É a editora certa, a agência certa,
o livro certo, a idade certa, a geografia certa.
6) Qual o sentimento ao editar um livro pela Coleção
livros RTP?
De honra e de esperança.
Trata-se de uma marca que faz parte da nossa história. E que levará o livro a
mais leitores.
7) Qual o seu personagem favorito e de onde surgem,
imaginação ou realidade?
Tento fundi-las sempre. Há
sempre realidade e imaginação nos meus livros. Neste livro, a minha personagem
favorita talvez seja Maria Rosa, uma menina de oito anos, loirinha e
maria-rapaz, que sabe tudo sobre raças de vaca e natureza humana.
8) Já alguma vez se deparou com pessoas a ler os seus
livros? Se sim, qual a sensação?
Algumas vezes. Foi um susto e zarpei dali para
fora.
9) Qual o sentimento, ao deslocar-se a uma superfície
comercial, e ver os seus livros à venda?
Até hoje, que era pena
eles não estarem expostos no lugar que eu tinha esperança que merecessem.
Talvez isso mude agora, com este livro e esta editora.
10) Qual o seu autor e livro favorito, segue o seu género
literário?
É muito difícil dizer.
Hoje em dia, encanta-me o Jonathan Franzen. O "Correcções" é um livro
maior do que a vida. Mas creio que tenho o meu próprio género.
11) Quando termina de escrever um livro, qual o sensação?
Alívio. Cansaço. Medo.
12) Como vê o momento actual da Literatura em Portugal?
Vivemos um tempo de
bastante criatividade. A indústria vive momentos difíceis. No cômputo geral,
acho que já estivemos pior.
13) Como vê a divulgação dos bloggers literários?
É muito importante e tanto
os leitores como os autores devem dar-lhes a devida atenção.
14) Quer deixar alguma mensagem especial aos seguidores
do blog Marcas de Leitura?
Sigam o Marcas de Leitura.
Esta paixão, tão graciosa como generosa, é a razão primeira por que escrevemos
livros.
Obrigada Joel pelas simpáticas e gentis palavras com que nos brindou e pelo tempo que nos dispensou.
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