quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O País do Carnaval de Jorge Amado | Dom Quixote

O País do Carnaval 
Jorge Amado
Ano de Edição / Impressão / 2016
Número Páginas / 160
Dimensões / 23.5 x 1.2 x 15.7 mm
ISBN / 9789722059183
Editora / DOM QUIXOTE


Sinopse

Este é o primeiro romance de Jorge Amado, escrito quando ele tinha apenas dezoito anos. Publicado em 1931, faz um retrato crítico da imagem festiva e contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, um brasileiro atormentado pela inquietação existencial que, após sete anos em Paris, regressa a um país com o qual não se identifica. Bem recebido pela crítica e pelo público, o livro aborda as questões de uma juventude plena de inquietude, numa ansiosa e mesmo angustiada busca de verdades e do sentido da vida. Trata-se, em suma, de um retrato geracional – tecido a partir das rondas de Paulo Rigger pelos círculos boémios e literários da cidade da Bahia, em inícios do século XX. No final, insatisfeito e desencantado, marcado por uma renúncia preconceituosa ao amor, que inesperadamente encontrara, e aturdido pelas contradições que o rodeiam, Rigger embarca, no porto do Rio de Janeiro, com destino à Europa. Leva consigo as suas dores, deixando para trás uma cidade alucinada pelos ritmos e brilhos do Carnaval.

Considerado subversivo, O País do Carnaval estava entre os livros de Jorge Amado que foram queimados em praça pública em Salvador, por determinação da polícia do Estado Novo, em 1937.



Jorge Amado nasceu em Pirangi, Baía, em 1912 e faleceu a 6 de Agosto de 2001. Viveu uma adolescência agitada, primeiro, na Baía, no início dos seus estudos, depois no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito e começou a dedicar-se ao jornalismo. Em 1935 já se tinha estreado como romancista com O País do Carnaval (1931), Cacau (1933), Suor (1934), seguindo-se Terras do Sem Fim (1943) e S. Jorge dos Ilhéus (1944). Politicamente de esquerda, foi obrigado a emigrar, passando por Buenos Aires, onde escreveu O Cavaleiro da Esperança (1942), biografia de Carlos Prestes, depois pela França, pela União Soviética... regressando entretanto ao Brasil depois de ter estado na Ásia e no Médio Oriente. Em 1951 recebeu o Prémio Estaline, com a designação de "Prémio Internacional da Paz". Os problemas sociais orientam a sua obra, mas o seu talento de escritor afirma-se numa linguagem rica de elementos populares e folclóricos e de grande conteúdo humano, o que vai superar a vertente política. A sua obra tem toques de picaresco, sem perder a essência crítica e a poética. Além das já citadas, referimos, na sua vasta produção: Jubiabá (1935), Mar Morto (1936), Capitães da Areia (1937), Seara Vermelha (1946), Os Subterrâneos da Liberdade (1952). Mas é com Gabriela, Cravo e Canela (1958), Os Velhos Marinheiros (1961), Os Pastores da Noite (1964) e Dona Flor e os Seus Dois Maridos (1966) em que o romancista põe de parte a faceta politizante inicial e se volta para temas como a infância, a música, o misticismo popular, a turbulência popular e a vagabundagem, numa linguagem de sabor poético, humorista, renovada com recursos da tradição clássica ligados aos processos da novela picaresca. O seu sentimento humano e o amor à terra natal inspiram textos onde é evidente a beleza da paisagem, a tradição cultural e popular, os problemas humanos e sociais - uma infância abandonada e culpada de delitos, o cais com as suas misérias, a vida difícil do negro da cidade, a seca, o cangaço, o trabalhador explorado da cidade e do campo, o "coronelismo" feudal latifundiário perpassam significativamente na obra deste romancista dos maiores do Brasil e dos mais conhecidos no mundo. Fecundo contador de histórias regionais, Jorge Amado definiu-se, um dia, "apenas um baiano romântico, contador de histórias". "Definição justa, pois resume o carácter do romancista voltado para exemplos de atitudes vitais: românticas e sensuais... a que, uma vez por outra, empresta matizes políticos...", como diz Alfredo Bosi em História Concisa da Literatura Brasileira. Foi-lhe atribuído o Prémio Camões em 1994.

Sem comentários:

Enviar um comentário